quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mataram mais uma Sinhazinha!



O trending topic dessa semana foi o assassinato de Sinhazinha e Osmundo, de Gabriela. Sinhazinha vinha mantendo um relacionamento extra-conjugal com o dentista havia um tempo. As fofoqueiras da cidade trataram de alertar o Coronel Jesuíno, marido traído de Sinhazinha. Ele flagrou os dois na cama e, em seguida, atirou neles. Na Ilhéus dos anos 20, “honra se lavava com sangue”. 

Na novela, o Coronel recebeu felicitações, “parabéns por ter matado aquela adúltera”. Tudo bem, né. Anos 20, ciclo do cacau, coronéis mandando e desmandando....

Mas a repercussão que isso gerou HOJE me deixou chocada. No ônibus que eu pego de manhã com a peãozada a maioria deles reforçou o argumento de que faria o mesmo caso soubessem que suas esposas/namoradas/ficantes agissem como a Sinhazinha. Só não o fazem porque hoje em dia é crime. Sério, gente?! Que ano é hoje?!

Ok que eu não tenho gráficos nem dados do Datafolha levantados que possam comprovar a tese e que ela é simples fruto de uma observação de algumas poucas horas, mas realmente é inacreditável e inaceitável que pessoas sigam pensando desta maneira. 

Um deles ainda disse que a Lei Maria da Penha incentiva que as mulheres traiam. “Hoje a mulher te bota um chifre e você não pode nem dar um susto nela porque a lei protege”.

E ainda dizem que as feministas exageram nos argumentos. Tâmo precisando fazer uma reformulada geral no layout do pensamento vigente. Parece que ainda não caminhamos muito desde os anos 20 – os Jesuínos continuam por aí colocando mulheres nas estatísticas de violência doméstica (já que nem sempre dá pra matar, bora bater!). 

Como a própria Gabriela sentenciou, ao saber da tragédia: “o mundo funciona de maneira estranha”.
  

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